Reinizio, do Italiano: Recomeço

domingo, junho 02, 2013

Anedota

Eu estava aqui apenas mexendo em mim
Quando me deparei com coisas que não queria,
Quando inexplicavelmente percebi
Que ela jamais iria.
Que muitas partes dela ainda sobram
E em mim às vezes, ainda se desdobram.

Ela que despertou uma ótima parte minha,
Uma triste parte minha e uma furiosa parte minha.
Foi quando ela foi embora que comecei a entender
Que mesmo com juras e promessas e “etecê”
Todo mundo um dia se vai.
Todo mundo um dia cai.

Por um milésimo de segundo cheguei a pensar
Que meu coração havia parado.
Foi a memória daquele carnaval,
Foi a memória daquele dia chuvoso,
Foi a memória daquele rosto,
Foi a memória.

Mas só isso, só a memória. 

segunda-feira, abril 15, 2013

Divagando


Apenas por um momento
Pegue a minha mão,
Siga o meu pensamento.

Eu estou tão triste como uma boa música.
Enfeitada de sensações que não compreendo,
Sentindo como se agora eu fosse a única
Pessoa nesse relacionamento.
                            
Veja que o relógio já não bate mais,
Ele dá lupes no tempo,
Não sabe mais o que faz,
Ele não passa.

Me sinto molhada de lágrimas,
Somente delas.
E me pergunto quando você me molhará de novo.

Apenas por um momento
Diga que meus devaneios
São apenas isso, devaneios.

terça-feira, abril 02, 2013

Perdido em mim


Meu violão tocava notas de memória
E os deuses ouviram e te guiaram até mim.
Parecia até um sinal, um presságio
E você se postou na minha frente.

Aposto que se perdeu no caminho,
Seus pensamentos já não mais entendem
Aquilo que sua boca diz,
Quando você me beija e depois me cospe.

Eu tinha acabado de dar a volta por cima,
Tinha acabado de enterrar minhas dores,
De enterra-las vivas, afobadas.
E então você voltou.

Voltou com um sorriso mal intensionado.
Dizendo “só vim dizer que eu ainda estou vivo”
E dentro de mim as dorres soterradas se agitaram
Como se dissesse “a mim você não vai enterrar”.

E após eu ter ficado no chão,
Lá mesmo sozinha com meus pensamentos
Um tanto inoportúnos eu me levantei,
Lavei a carniça que você deixou.

E se me cabe dizer aqui
Você me perdeu mesmo eu estando com você,
Você se perdeu e me perdeu aqui.
Mas foi uma bela visita.

quinta-feira, março 14, 2013

Protesto Pacato


Algumas coisas simplesmente nunca acabam
Como insônias e cansaços.
Entram em um lupe imaginário
E rodam até você vomitar
E colocar tudo pra fora,
Dar um grito, um murro na parede
Ou, para os mais radicais, um tiro em alguém.

E então vem a calma
Que em apenas dez minutos é arrancada
Por barulhos atordoantes
De uma sociedade que não sabe
Viver no dito social,
Que não entende que onde começa o meu limite
É onde acaba o seu.

E continuamos assim, engolindo pensamentos
Que jamais serão pronunciados,
Já que foram sufocados pelo medo de parercer ridículo,
Sufocado pela opnião daqueles que queriamos dar um tiro.