Lá ia ela, andando em passos rápidos com medo de se atrasar, Ana, 16 anos, altura mediana, cabelos e olhos castanhos, um grande brilho no olhar e um sorriso mais do que feliz.
Ela ia encontrar o seu amor, seu confidente, não podia perder um segundo sequer, a todo momento olhava no relógio para saber os segundos que perdia caso parasse em alguma esquina para esperar os carros passarem.
Todos os dias eram assim, mas aquele dia em especial foi diferente. Andava em passos lentos, o sol que estava em seus olhos havia sumido, o céu estava nublado e ela já não olhava mais no relógio.
Cada esquina que parava vinham flashes em sua memória que a faziam franzir a testa. Ela temia acreditar que aquele dia havia chegado, ela não poderia mais ver o seu amor, seu confidente e cada passo se tornava uma dor fria.
Ao ver o seu amor com um sorriso nos lábios ela não pôde controlar um abraço apertado. Seu amor já sabia que algo não estava certo e tentou ajudar.
Ana prometeu que tentaria resolver a situação, ela não poderia mais viver sem aquela pessoa que ela amava até não caber mais dentro dela mesma.
Uma curta conversa com a fonte da dor e , ao pensar que se livraria dela, só conseguiu ter mais daquela dor.
Ana não poderia mais amar, não daquela forma.
Seu coração acelerava e as palavras não saíam, mas ela sabia que apesar de ser puro, imenso e belo não poderia mais amar.
Ela sofria só de pensar nisso, mas ela teria que dizer ao seu amor que não poderiam mais se ver.
Ela dizia a ela mesma em sua cabeça “Juliana, eu te amo”, mas as palavras que saiam eram “não posso mais te ver”.
E seu coração se despedaçou em pedaços tão pequenos que não poderiam mais serem postos no lugar.