Reinizio, do Italiano: Recomeço

domingo, agosto 22, 2010

Segundos


Nem todo o tempo do mundo.
Essa é minha definição de tempo
para o que eu preciso expressar.

Faço o uso necessário dele
E tento controla-lo o máximo possível,
Então você chega e o rouba das minhas mãos.
Sua presença faz com que ele simplesmente voe.

E como ele gosta de voar.
Tudo acontece da forma que ele bem entende.
Sempre à sua vontade,
Corre e para em seu bem entender.

Sentada no banco da praça os segundos passam,
Entediantes, um após o outro.
E quando a presença tão esperada aparece
Os segundos parecem brincar de pega-pega,
Passam, eufóricos, um após o outro.

E logo acaba.
E logo ela vai embora.
E a despedida inevitável daquele dia
Invade o que ela chama de interior
E cria o sentimento que ela conhece por Saudade.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Vazio


Um receptáculo cheio
Completamente cheio de uma coisa que consegue se camuflar no breu
Se escondendo de tudo e de todos
Em pilares de concreto maciço

Brinca de esconder nas paredes de tijolos
Nas poças do chão,
Se esconde na escuridão dos pensamentos
E me domina completamente

Toma todo o meu tempo
Faz da rotina uma jaula
E me dá armas pra brincar de roleta russa
Me prende com a chave pendurada no pescoço
E as mãos algemadas

Mas o conforto gerado é completamente tunante
Me deixando sem escolhas
À não ser concordar com ele
E deixar a vida passar diante meus olhos marejados

“Ponha um fim nessa sensação”
É o que me diz uma vozinha dentro da minha cabeça
E pretendo, mas não agora.

sábado, agosto 07, 2010

Repreendida


Uma nuvem de pensamentos,
Uma chuva de tormentos,
Dilaceram-me, rasgam-me,
Chovem dentro de mim.

Rasgam e caem,
Afundam num mar de desespero.
Dissolvem e mancham
O reflexo do espelho

A distorção confunde,
Mas as palavras ainda soam.
O fim, desnecessariamente...
Confortante.

O concreto, discreto e incerto,
O telhado, abaixado e apertado,
A parede, incessante e sufocante,
Geram a lágrima, medrosa e silenciosa.

domingo, agosto 01, 2010

No Final


Chega de metáforas
Eu preciso ser direta
Não quero beleza nas palavras
Quero a verdade

Meu coração não suportará
Minha alma dilacera-se
Não são metáforas
Eu sinto a vitalidade escorrendo

Eu sinto ele batendo
Me implorando para pará-lo
Ele tenta pular pela garganta
Pressionado e fragilizado

E mesmo que todos me digam pra continuar andando
Sem você eu não consigo
É difícil caminhar sem chão
É difícil respirar sem ar

Nenhuma palavra é pronunciada
Guardo minhas palavras todas pra você
Mas acho que finalmente me convenci
De que é hora de deixar partir